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A HISTÓRIA DO NINJUTSU

 

 

 

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          Se resolvêssemos remontar o princípio do Ninjutsu, encontraríamos dificuldades, pois suas origens encontram-se encobertas entre lendas e mitos, dificultando um elo condutor que nos guie neste terreno, um processo agravado, pois os conhecedores desta arte possuem um ar de anonimato e mistério, pelo que se podem encontrar de maneira clara suas origens.

         Este arquivo é uma mescla de superstições e fábulas, muitas alimentadas pelos próprios guerreiros das sombras.

          Desde suas conexões com demônios conhecidos como Tengu (Narizes largos), atravessando pelos terríveis demônios portadores de desgraça (Oni) os Ninja sempre aproveitaram a crença de sua mitologia religiosa japonesa, para acrescentar sua própria lenda tem um pouco de mistério sobre sua origem singular.

 

        Em um terreno estritamente histórico parece provável que a teoria dos primeiros elementos da “arte da invisibilidade” como muitos aspectos históricos da cultura Japonesa, fosse proveniente da China.

        Por sua estrutura sincretista é provável que sua origem se encontre nas sociedades secretas da China tais como a Hung Moon (sociedade do Lótus Branco) que servisse para este tipo de forma de combate. Esta teoria se vê reforçada uma vez verificada que também desde a China se transmitiu à Coréia uma arte de similares características chamada Shin-Bop, e seus raticantes, similares aos Ninja, receberam o nome de Sulsa, pois a influência havia sido maior no Japão, de onde invariavelmente havia saído numerosas correntes técnicas e espirituais procedentes da Índia, Tibet, China e todo sudeste Asiático.

       Por outro lado, nomes de estudiosos taoístas como: Gamon e Garyu, e generais da China como: Cho Gyokko, Ikai e Cho Busho aparecem muito em documentos referentes às diferentes Ryu Ninjas, denotando sua influência na gênese do Ninjutsu.

       Conhecimentos sobre o temperamento do homem, ensaios religiosos, filosóficos, técnicas de combate e sobrevivência, foram sabiamente sintetizados para dar lugar a uma arte marcial mais eficaz e mais do que isso, a uma forma de vida. Não é estranho, portanto considerar a influência das estratégias chinesas no Japão e na história do Ninjutsu em particular.

      Uma referência extremamente conhecida nos remete ao célebre Sun Tzu, autor do livro “Arte da Guerra”, que viveu no séc. VI a.C. e cujo ensaio foi posteriormente completado por Se-Ma, no séc. IV, e por Ou-Tzu, no séc. III.        

     Em suas obras se encontram conselhos para afugentar o inimigo, desconcentrá-lo e infiltra-se em suas linhas, criando confusão e desinformação todos estes conceitos se encontram dentro da tática Ninja e se vertem ao conceito do “Go-ton-po”.

No Japão antigo uma das primeiras referências ao ideograma “Shinobi” (espião, secreto e silencioso, entre outros conceitos) aparece durante o governo do príncipe Shotoku (593-622 a.C.), muito apreciador da cultura chinesa e defensor da introdução do Budismo no Japão, as lutas que surgiram por este motivo colocaram o monarca em sérios conflitos, em muitos dos quais recebeu ajuda de um estrategista famoso Omoto-No-Saijin, ao qual em agradecimento se outorgou o título de Shinobi.

      Agora, uma das teorias mais aceita sobre o Ninjutsu como corrente social técnica de combate se estarão sempre relacionadas com as principais correntes da época. Por um lado com os famosos Yamabushi, (Ascetas – guerreiros das montanhas), portadores do conhecimento esotérico e sistemas de combate inspirados por seres cercados de mitologia, chamados Tengu (Demônios de narizes largos).

      Por outro lado com os não menos famosos Ronin (Samurais sem um senhor, muitas vezes vagabundos ou exilados, que ficavam nas zonas rurais convertendo-se a mercenários, ladrões e assassinos contratados e em muitos poucos casos em aldeões).

      Em definitivo, como uma contracultura surgida pela necessidade de sobreviver, esta corrente se tornou uma forma de combate, dando assim lugar ao que uma vez sistematizado seria reconhecido como Shinobi-jutsu ou Ninjutsu.

      Esta inconfundível arte foi bem recebida no período feudal japonês, na qual o Shogun se tornou obrigado a delegar aos Ninja muitas missões moralmente vedadas pelo código de honra Samurai (Bushido). No mais, nenhum Shogun reconheceria empregar ou ter debaixo de suas ordens os clãs Ninjas, porque isto comprometeria sua honra como guerreiro.

      Assim como o Samurai se encontrava preso ao “caminho do guerreiro” (Bushido) e seu objetivo era morrer com honra. Os ninja seguiam o “caminho do silêncio” (Ninpo) e sua principal razão era levar sua missão até o final, custasse o que custasse, sem ser descoberto.

     Os esplendores da arte foram as regiões de Iga, Koga, Kai e Negoro de onde se localizaram a maior afluência deste grupo denominado: “cavaleiros sem fortuna” e fugitivos, às vezes constituindo por clãs de famílias inteiras. Vivendo por necessidade no anonimato, na natureza. Em terrenos preparados e ideais para se viver na clandestinidade, se produziu uma colaboração entre os guerreiros da montanha (Yamabushis), magos ou feiticeiros (Ubasoku, Sennin) e os famosos Samurais sem amo (Ronin) foi ali onde se iniciou o impensável, que estas diferentes castas trocaram vivências e conhecimentos, seu pragmatismo, ciências religiosas, apego ao contato com a natureza, mais as técnicas militares da época unidas em um mesmo objetivo.

      Durante todo o período histórico de batalhas, estratégias e intrigas, os ninjas desempenharam um papel decisivo. Em muitas ocasiões, as atividades dos clãs ninja não tiveram a repercussão merecida nas crônicas do momento, isto não é estranho, dado que não há que duvidar, pois a história é contada pelos vencedores, e parece não haver mérito nas táticas menos convencionais ou ortodoxas da época. Como nenhum Shogun atribuía suas vitórias às técnicas pouco honrosas.

      No período Heian apareceram referências no Japão à arte Shinobi, nas crônicas de época (794-1192 D.C), no qual os regentes Fujiwara perdem o controle frente ao clã Taira e estes se vêem desprezados no final do período pelos Minamoto. Entre os séculos XII e XIII, correspondentes ao período Kamakura (1192 a 1338 D.C.) é quando o Ninjutsu se incorpora na história do Japão.

     Nesta singular época feudal japonesa o governo militarista conhecido como Bakufu floresce na famosa casta Samurai, o Bushi, havendo neste período uma luta contínua de poder, rivalidades e vinganças, as técnicas marciais se desenrolam rapidamente, o Shogunato depois de haver sofrido algumas derrotas a muitos clãs Ninja, decidem incorporar suas técnicas e tomar para si o serviço daqueles que outrora foram seus inimigos.

      As famílias ninja de Iga, Koga, Kai e Negoro (entre Kyoto e Nagoia) chegaram a somar em torno de 173 escolas principais e as respectivas famílias que as compunham, foram contratadas pelos senhores feudais para praticar atos clandestinos que eles não podiam levar a cabo abertamente sem ferir ao código Bushido, bases da doutrina Samurai, mas eram perfeitamente possíveis pelos Henin (não humanos) Ninja.

      Existindo neste momento outras escolas ninja como a Maeda Ryu na região de Kanazawa na região de Ichikawa onde se encontra o Myoryuji (templo Ninja Dera) erguido em 1585, por Toshiie Maeda, este era um dos Han mais ricos do Japão feudal, onde os ninja eram conhecidos como Nusumigumi.

      O especialista em guerrilha, conhecido como Fuma Ryu, fundada por Fuma Kotaro, na região de Kanawa, célebre por seus conhecidos como Dakuro Tai.

       Na prefeitura de Wakayama na região de Kinki, na ilha de Honshu se encontravam entre outras a Shinden Fudo Ryu funda por Izumo Kanja Yoshiteru, a Makoto Ryu, a Tsushima (Nishi) Ryu, a Fujiwara Ryu, aos pés de Fujiyama, a Nagoro Ryu fundada pelo mestre em armas de fogo Suginobo Myosan.

      Nesta região também atuou a Saika Ryu sob o comando de Saiga Suzuki Hideshige Magoichi, pertencente ao Clã Suzuki, célebre por contar entre seus pertencentes com os Ninja do Grupo Kishu Saiga e Tsuda Ryu conhecidos também como Saika.

      Na mesma região se encontrava a Natoru Ryu fundada por Natori Sanjuro Masake autor do documento ninja conhecido como Shoninki no qual se detalha as técnicas das Ryu-Ha da região. As escolas desta região se caracterizam por serem as primeiras Ryu Ninja em utilizar a técnica Kayaku-Jutsu.

      Estes guerreiros eram especialistas em formas de ataque indiretos e guerrilhas, misturando seus métodos com os dos Samurais, dando lugar a uma forma de luta altamente efetiva. Durante a era Muramochi (1138 a 1573 D.C.) e mais concretamente em 1542, os mercadores portugueses e espanhóis introduzem algumas novidades na arte da guerra, o emprego de armas de fogo.

     O Ninjutsu se adaptou a esta novidade, desenvolvendo sua própria forma de fabricação de granadas, minas, bombas incendiárias e pequenos morteiros.

     No período Muramochi foi particularmente célebre, o enfrentamento entre o senhor da guerra Takeda Shingen e seu adversário Uesugi Kenshin. Foi conhecida a utilização de clãs Ninja primeiro, contribuindo para suas vitórias, algumas delas baseadas nas novas técnicas de guerra, como a ciência no uso de bandeiras e fogo (Noroshi-Jutsu), que se converteria em um novo método de combate (Bugei), adaptado por toda a casta guerreira do Japão.

     Embora Takeda Shingen (a quem se atribui a criação das escolas Ninja Kage Ryu, Koyo Ryu e Ninko Ryu, que no conjunto pode ser conhecidas como Takeda Ryu Ninpo, localizadas na região de Kai, atual cidade de Yamanashi) tenha morrido primeiro, a morte de Uesugi Kenshin foi um tanto especial, morreu devido a uma ferida que se infectou e esta circunstância gerou uma infinidade de lendas.

   

      Dentre as lendas se conta que um Rappa do clã Takeda, infiltrado no castelo de Kenshin, havia se escondido em um fosso de latrinas, ficou à espera de uma oportunidade para acertar o senhor do Castelo, para acertar um disparo fatal em seu amo, com uma flecha envenenada.

        Na era Momoyama (1573 a 1603 D.C.) aconteceu a unificação do Japão a cargo de Oda Nobugana e seu sucessor Toyotomi Hideyoshi a utilização de Ninja em suas batalhas garantiram as vitórias necessárias para que Nobunaga se firmasse no poder. Uma ou outra vez, as táticas de infiltração, redes de informação e contra-espionagem deram uma vantagem necessária nos momentos críticos da batalha.

     

      A eficácia foi tão grande que o próprio Nobunaga chegou a temer uma rebelião de clãs ninja contra sua autoridade, e havendo sofrido várias tentativas de assassinato, o medo foi tal que ele tomou uma decisão que deixaria triste recordação no folclore ninja.

       Em 3 de Novembro de 1581 invadiu a província de Iga com 46.000 homens cercando um grupo de 4.000 Ninja que haviam se estabelecido nos arredores do castelo de Hakuo, na região de Koga. A batalha durou cerca de uma semana, então a resistência enfraqueceu e os Ninja foram capturados em sua maioria torturados, poucos puderam escapar entre eles o famoso Sandayu Momochi.

      Longe de concluir o problema, Nobunaga foi dispersar os Ninja por todo o país, os poucos sobreviventes engrossaram um “exército” de numerosos Daimyo, que requereu seus serviços.

      Nobugana parecia tão só um ano depois e nas mãos de seu rival Mitsude Akeuchi que desejava acabar com o grande poderia de Nobunaga. À frente do exército de Mistude se encontrava o jovem general Tokugawa Ieyasu, este mais compreensivo que seu Shogun, admitiu a ajuda de Ninja de Iga. A mando do Shinobi Hanzo Hattori.

      Ao ser proclamado Shogun em 1603, Tokugawa reconheceu os serviços prestados por Hanzo Hattori nomeando-o chefe de sua guarda pessoal. Neste ponto Koga se tornou referência como uma das grandes Ryu do Ninjutsu. Koga Ryu (Koka Ryu, O Kafuka Ryu) segundo as tradições constava com 53 famílias no período Tenkyo, entre os anos 938 e 946 D.C.

     Consta que a recompensa por seu trabalho na guerra contra Taira No Masakado, Mochizuki Saburo Kameie recebeu como compensação terras no sudeste da província de Omo, zona conhecida então como Koga-Gun.

     Mochizuki trocou o nome para Koga Oni No Kami Kameie, pelo que se crê se filho Oni No Kami Iechika, foi um dos mais importantes fundadores das escolas Shinobi de Koga Ryu e que aprendeu a técnica do Genjutsu de um monge budista Tatsumaki Hoshi, que residia nesta região, mas seria seu discípulo que sistematizaria a arte singular de Koga.

     A tradição da Ryu-ha de Koga se manteve durante sete gerações sob o comando de: Oni No Kami Ienari, Iesada, Ienaga, Iekiyo, Ietoo, Ieyoshi e Yoshiyasu antes de outras famílias com seus sistemas particulares de Shinobi-jutsu: Mochizuki, Ugai, Naiki e Akugawa.

    Estas cinco famílias se uniram na guerra de Namboku (1335 a 1395), procedentes do reino do norte e do sul. Com a ajuda de Koga Ryu, cresceram até formar 53 famílias, entre elas podemos citar: Koga Ryu, Shinpi Ryu, Taira Ryu, Isshu Ryu, Byaku Ryu, Taro Ryu, Kawachi Yon Tengu Ryu, Kuruya Ryu, Tomo Ryu, Tatara Ryu, Hiryu Ryu, Sugawara Ryu, Otomo Ryu, Fujiwara Ryu, Sasaki Ryu, Tachibana Hachi Tengo Ryu entre outras.

     Destes clãs se originaram oito famílias principais (Koga Hachi Tengu) que lideraram as outras Ryu de Koga. As oito famílias foram Koga, Mochizuki, Ugai, Naiki, Akutagawa, Ueno, Ban e Ugano. Mas também havia alguns grupos de Koga como Hiryugumi, Kakuryu Gumi, Tachibana Hachi Tengu Gumi e Kawashi Yon Tengu Gumi, dirigidas por comandantes destros da arte do Ninpo.

     No período Hokuto (1441 a 1451), os herdeiros líderes eram Koga, Saburo, Mochizuki Goro, Ugai Ryuhoshi, Naiki Fujibe e Akutagawa Kazuma.

     Durante o período Bunmei (1469 a 1487) foram Koga Saburo II, Mochizuki Yajiro, Ugai Chiaki, Naiki Gohei e Akutagawa Tenpei, este ultima contratada pela família Sasaki Daimyo daquela área, para liderar as tropas contra Ashikaga Yoshizawa.

     É de se notar que por quase 100 anos depois a família Sasaki requisitou novamente os serviços dos ninja de Koga em 1570, com o objetivo de destruir a Oda Nobunaga.

    Os samurais da região foram treinados intensamente em um curto período de tempo para serem capazes de lutar com as estratégias preparadas pelos Jonin de Koga.

     As forças de Sasaki foram separadas em três exércitos, um deles liderados pelos Ninjas de Mikumo Ryu, Takanose Ryu, Mizuhara Ryu e Inui Ryu. A outra falange da força estava sendo liderada pelas outras 53 famílias Ninjas de Koga e a terceira força era formada pelos Samurais de Sasaki. Na Batalha conhecida como Mikumo Iyo No Kami, ocorreu que repentinamente uma das divisões da armada de Sasaki mudou de lado e atacou o exército de Sasaki pela retaguarda, levando-o a uma derrota.

     Entre as últimas referências históricas dos Ninjas de Koga podemos citar sua intervenção na batalha de Shimabara No Ran, quando os samurais sob o comando de generais que respondiam às facções cristãs se rebelaram e tomaram o castelo de Hara na província de Shimbara em Kyushu.

    Para um argumento de informação, os Ninjas de Koga Ryu foram enviados por Izumo Kami Nobutsuna à zona do conflito. Estes Shinobi foram liderados por Mochizuki Heidayu, de 63 anos, e por Akutagawa Kiyouemon, de 60 anos, ambos ex-combatentes da batalha de Sekigahara, ao resto do comando se integravam Iwane Kanbei de 56 anos, Tomei Gohei de 53 anos, Iwani Kanbei de 45 anos, Mochizuki Yoemon, Natsumi Kakunosuke de 41 anos, Kamogai Kanuemon de 56 anos, de 33 anos, Akutagawa Shichirobei de 25 anos y Yamanaka Jutayu de 24 anos.

 

     Isto ocorria em janeiro 1638 e depois de 15 dias lhe enviaram ao Shogun Tokugawa Iemitsu, em Edo, um mapa minucioso sobre o castelo e suas forças militares. Como outro dado historico cabia mencionar que existe o escrito chamado “Ninjutsu No Goku”, escrito por Gingetsu, que estudou as técnicas e a história diretamente de Tanemura Ihachiro, quem fora Jonin de Koga Ryu, neste escrito se pode perceber muito mais informações sobre a história de Koga Ninpo.

      Adentrando em terrenos mais contemporâneos uma das ultimas atividades levando a baixo a antiga estrutura Ninja, isto é em sua forma feudal, seja quiçá a incursão oficialmente documentada das que se tem notícia (isto não implica que posteriormente não se acham efetuados outras), é a que ocorreu em 1853 durante a chegada dos chamados “Barcos Negros” do famoso comandante Matthew Calbraith Perry.

     Para assegurar-se sobre as verdadeiras intenções desta frota encomendou-se aos Shinobi a tarefa de infiltração, recolha e saída na frota de Perry, com o objetivo de conseguir documentação do barco do comandante. Esta missão foi confiada ao Ninja Yasusuke Sawamura do Clan Sawamura, documentos roubados por esses Ninjas são ainda preservados entre os arquivos desta família na cidade Mie, Japão.

     No período Edo (1603 – 1868) encontra-see referências às ações dos Ninja de Iga narevolta dos cristãos em Nagasaki, onde o apoio para o clã Tokugawa conseguiu estabelecer o acesso à fortaleza rebelde, favorecendo a vitória do Shogun.

     Na seqüência do Shogunato Tokugawa, os seus próprios sucessores, ansiosos para modernizar Japão sob uma autoridade inquestionável, viram os Ninja como uma fonte de perturbação social independentes para a sua nova visão de um Japão moderno, assim, declararam a sua prática ilegal e proibida, mais uma vez, colocar o selo de secreto em todas as questões relativas a esta arte, que os seguidores de Ninjutsu retornaram novamente à clandestinidade.

     A partir de então a motivação ideológica inicialmente e mais tarde se tornou definitivamente políticas econômicas do Ninjutsu, prestação de serviços aos interesses privados ou comerciais, na seqüência de uma linha de desenvolvimento fora da lei, a ser estabelecido e prosseguido pelos governantes.

    Na era Meiji (1868-1912) início do século Iluminismo, que respirava um ar de modernidade sobre Japão. A abertura ao final civilização ocidental assistiu-se à retirada de muitas artes marciais tradicionais conhecidas como Bujutsu.

     Porém, o fato de tradições marciais, sobretudo as de Ninjutsu, foi preservado até este dia, sustentando a hipótese da utilização de tais peritos na maior parte dos momentos críticos da guerra do Japão moderno, mais especificamente na guerra contra os chineses em 1894 contra a Rússia em 1904 ou os mais recentes conflitos na Manchuria, em 1931 e em 1941 a Segunda Guerra Mundial.

     Quando o Japão foi aberto ao mundo em 1800 e início dos 1900, para se tornar uma moderna nação, o Estado solicitou ajuda ao estado alemão para modernizar o exército e o estado maior. Esta é a razão pela qual o mestre espião Wilhenm Stieber, tinha relacionamento com os Shinobi (espiões) Japoneses para trocar experiências e estratégias de espionagem.

     Desta forma, a espionagem Ninja se atualiza, deixando as suas fronteiras e a espionagem ocidental adquiriu conhecimentos do ancestral Ninjutsu.

      Escolas de espionagem, com estrutura de sociedades secretas se ramificam.

      Algumas destas escolas são: Kuroitayo, Turan, Dai-a-gi-kai, ou kempi-tai entre outras de caracter corporativo, criminal e secreto. Naquele tempo, no Japão foram criados centros de treinamento que em algum grau preservou a antiga ideologia do Ninja sobre sua formação, como o Centro Noborito do Tai ou Kempei Escola Nakano.

       Neste ponto, seria pertinente analisar os departamentos relevantes para desenvolvimento de armas secretas, tais como o centro Noborito.

       Noborito estava localizado na prefeitura Kanagawa (fundada em especialmente no desenvolvimento de armas não-convencionais, tintas secretas, redução, camuflagem de câmeras fotográficas, novos desenvolvimento e utilização 1925 sob o comando de Shinoda Ryo), que forneceu as armas secretas a Nakano e Kempitai. O serviço de Noborito confecção de venenos e explosivos, e um dos seus principais ramos, a utilização de armas químicas.

       O estado alemão não se conteve usando seu TDY em Nanking, em 1941, como uma das substâncias químicas foi realizado testes de venenos em chineses presos no norte da Manchuria.

       Quando guerra terminou, os E.U.A. recrutaram os membros do Noborito, que foram determinantes para a “seção química” de uma unidade clandestina dos E.U.A. Oculta dentro da Base Naval de Yokosuka durante a Guerra da Coréia, em seguida, trabalhou em projetos indeterminado no interior dos Estados Unidos de 1955 a 1959, antes de retornar ao Japão para ser incluído no sector privado.

     No que se diz respeito à Kempei Tai (polícia secreta fundada em 1938, sob o comando do “espião” Nakajima Kesago), podemos dizer que esta unidade é um gesto e raízes pouco depois do motim do exército japonês em 1936, de acordo com historiadores, o Imperador Hiroito deu ordens para exibi-la como um joguete nas mãos dos militares.

      Isto é, quando o Imperador se estabelece Kempei Tai, nomeando Tenente-General Nakajima Kesago a liderar a polícia secreta do estado, ordenando-lhe que a Kempei Tai devia trazer ordem ao Japão e em todas as ilhas conquistadas pelas forças invasoras, funcionando ao mesmo tempo contra insurgentes.

      Como ente máximo no que diz respeito à inteligência interna Kempei Tai teve várias escolas de formação, onde os candidatos foram rigorosamente treinados durante um ano em línguas estrangeiras, as leis (e de forma a contornar a sua aplicação), e técnicas de espionagem e contra-espionagem.       

      Classes detalhando como realizar combate desarmado (Tai-Jutsu, Kenjutsu e supostamente o Ninjutsu), o uso de tinta invisível, códigos e chaves, monitorando suspeitos e ainda aulas sobre como entrar e sair de edifícios sem ser visto.

      Sabe-se que a estrutura ao ser desmantelada, vários membros dessas unidades foram utilizados no setor privado e na Yakuza Japonesa. Quanto à Nakano Ryu, e seu desempenho durante a segunda guerra, é muito difícil para coletar informações sobre o Centro de Treinamento de sobrevivência, espionagem e sabotagem. Sabe-se que desta escola saíram os melhores especialistas em sobrevivência e espionagem japonesa.

     Em Nakano, atuou como instrutor e agente Seiko Fujita (Ninja e Soke da Koga Ryu Wada Ha Ninjutsu) que também era um membro da unidade temível 731, desta escola de espionagem e de sobrevivência, sob o comando de Shigeo Shigetomi e Kanro Hiroo Onada que era o último soldado a se entregar quase três décadas após a Segunda Guerra Mundial.

     Onada Hiroo agradeceu à formação de sobrevivência e sabotagem se mantendo escondido por mais de 20 anos nas selvas do Pacífico, outro agente oriundo nestas escolas foi Hiseo Kimura um dos melhores “Espiões Japoneses” qualificados na arte de passar despercebido.

      É de dizer que de acordo com algumas fontes dessas escolas de espionagem graduou-se em torno de 2600 agentes, dos quais 600 foram classificados como peritos em espionagem e sobrevivência da primeira categoria.

     A partir dessas e de outras “unidades secretas” foram criados após a guerra outras estruturas virando outro tipo de organização ou de sociedades secretas. Tais como Turim, Daiagi kai, o Tokubetsu Koto Kaisatsu, Genyosha, Jikininkikan e destas bases poderia ser tirado dados até se descobrir grupos e organizações envolvidas com a Yakuza, como a Kagotora, Nakano-kai, Yakko Machi, entre outros.

     Outros Núcleos continuam com as velhas estruturas secretas Ninja, como o Kuroi Taiyo, ou a Kuro-Yama e o Kuro-Tatsu.

     Atualmente encontramos um Japão moderno, temos hoje, que é simultaneamente uma sociedade muito desenvolvida, mas que, muito perto de seu passado, tem seus valores em tempos antigos, especialmente quando no presente os estrangeiros são os mais interessados por ele.

     Em 1921 se publicou “Comentários sobre o Ninjutsu”, que juntamente com outros livros sobre o assunto, foram bem recebidos, embora não repercutiu estritamente dentro do âmbito da prática, serviu para reavivar interesse, em algo aparentemente perdido, e desde então é que a arte do Ninjutsu entra em nossa era atual.

     A essência do Ninpo ainda está viva hoje em dia devido ao espírito de mestres contemporâneos, entre os quais alguns têm preferido manterem-se ocultos nas brumas do anonimato, incluindo nomes, tais como se pode recuperar: Fujita Isamu Seiko, Takamatsu Toshitsugo, Nachimo Ishikito, Heishichiro Okuse, Tatsuata Yashuichi, Kimura Masuharu, Norihiro Hakuyusai, Sato Kimbei, Nawa Yumio, Akimoto Fumio,Ueno Takashi, Saito Kazuo, Kaminaga Shigemi, Harunaka Hoshino, Tanaka Senzo, Maeda Isashi, Shinji Shibusawa, Manaka Yumio, Yamato Yoshiakai, Yoinuki Suihichiro, Neguishi Yuichi, Nishi Isao, Tanemura Shoto, Kuroi  Hiromitsu, Takeda Ryosuke, Hatsumi Masaaki, o grande celebre e responsável por dirigir os museus de Iga e Koga Kawakami Jinichi. Sob a orientação destes notáveis homens tem mantido viva a tradição de séculos.

Extraido do livro: Ninja – Las Sombras de Wakayama (Tomo I)

© Copyright Cordero Orlando - Moreno – Buenos Aires – Argentina

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